sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Lançado concurso público para a electrificação da Linha Douro entre Caíde e Marco


Obra vai iniciar em 2010 e implica beneficiação do túnel de Caíde de Rei

A REFER lançou o concurso público para a electrificação da Linha do Douro entre Caíde de Rei (Lousada) e Marco de Canaveses. O anúncio das empreitadas, Caíde-Livração e Livração-Marco foi publicado no Diário da República de 17 de Agosto.

Há muito que a electrificação da Linha do Douro nesta zona era reivindicada pela população. A Comissão de Utentes da Linha do Douro, em documento enviado no final do ano passado às várias entidades ligadas à obra, garantia que se existisse esta linha eléctrica, há muito prometida, cada utente pouparia, por ano, 15840 minutos o que corresponde a 21 dias.

Com estas duas empreitadas, orçadas em 70 milhões de euros e que deverão iniciar em 2010, serão eliminadas passagens de nível, reabilitados túneis e beneficiadas as estações. O túnel de Caíde de Rei, que não terá comunicação garantida no seu interior, nem de telemóvel nem entre o comboio e a própria REFER, não existindo também meios de combate a incêndio e de extracção de fumos, será um dos que vai receber obras de reabilitação.

Este investimento na linha permitirá melhores tempos de percurso e maior segurança para os passageiros e para quem atravessa a via-férrea.

Maior rapidez e conforto nas deslocações

Até agora, a linha estava electrificada apenas entre Porto e Caíde, algo que levava muitas pessoas a deslocar-se de carro até à estação lousadense para só aí apanhar o comboio. Para quem se deslocava de ou para o Marco a viagem implica transbordo na estação de Caíde onde deixavam o comboio movido a electricidade e passavam para uma composição a diesel, perdendo tempo e conforto.
A obra que agora avança, dividida em duas empreitadas, ambas superiores a 30 milhões, permitirá trazer comboios suburbanos de tracção eléctrica até ao Marco, sendo que o haverá um aumento de comboios disponíveis. O prazo de execução é de dois anos e a intervenção incluiu “rectificações do traçado e pequenas variantes de modo a melhorar a capacidade de exploração da linha e permitir velocidades médias para comboios convencionais de 120 Km/h na generalidade do troço e de 140 Km/h para comboios de pendulação activa, a renovação integral da via, a sua electrificação, a remodelação das estações de Vila Meã, Livração e Marco de Canaveses, e dos apeadeiros de Oliveira e Recezinhos, a construção de interfaces rodo-ferroviários, a beneficiação dos túneis de Caíde, Gaviara e Campaínha e a supressão das passagens de nível ainda existentes no troço, mediante a construção de passagens desniveladas e restabelecimentos rodoviários”.

Recorde-se que o túnel ferroviário de Caíde não tem boas condições de acesso caso seja necessário socorro, não existindo actualmente um plano de emergência. Com cerca de 1,2 quilómetros de extensão, o túnel tem acesso apenas pelas duas extremidades e testemunhas afirmas que existem apenas resguardos, de cem em cem metros, do lado direito da estrutura, onde cabem “meia dúzia de pessoas”.
in Verdadeiro Olhar (27Ago)

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